O Sistema Educativo Finlandês considerado
o melhor do mundo….
O
nível de insucesso escolar, dos alunos que não terminam a escolaridade
obrigatória em Portugal, segundo dados da OCDE relativos a 2007, chega aos 27% ,
seguido da Turquia com 29% e o México com 31%, enquanto que na Finlândia não
chega a 1 %. Quais a razões desta
disparidade de números?
Segundo a ministra da educação Finlandesa, a
razão principal é a qualidade dos professores, socialmente muito respeitados e
valorizados no seu país. Para ser professor na Finlândia é necessário passar
pelo menos 5 anos na universidade. As notas de ingresso são tão elevadas como as
que em Portugal se exigem para estudar medicina. Só os melhores vão para
professores. É dada muita importância à prática pedagógica com estágio feito
nas escolas associadas às universidades e com a supervisão de professores
experientes.
Durante
o tempo de prática, os estagiários preparam as aulas dando conta das
planificações aos professores supervisores que vão assistir e avaliar,
procurando a melhoria do seu desempenho. Por outro lado, na Finlândia 55% dos
pais consideram-se os primeiros responsáveis pela educação dos seus filhos.
Não
há muros nem grades à volta das escolas e quando um aluno tem dificuldades, é
chamado um professor de apoio para o ajudar na aula, podendo o titular da turma
continuar com o grande grupo, enquanto esse aluno recupera. Nas turmas grandes
além do professor titular é frequente haver professores ajudantes que dentro da
sala de aula, dividem a turma em dois grupos de menor dimensão para mais fácil
apoio. Há também aulas para grupos de alunos com dificuldades em
matérias/disciplinas específicas. Quando vários alunos apresentam dificuldades
de aprendizagem formam-se pequenos grupos de nível onde é dada a mesma matéria que numa aula normal, mas de forma
mais atrativa e ao seu ritmo. Por vezes, adianta-se a matéria da semana
seguinte como preparação para estes alunos com dificuldades. As escolas têm
psicólogos e assistentes sociais, que em caso de maior gravidade encaminham
esses alunos para instituições específicas. A escola na Finlândia preocupa-se tanto
do estado físico como do psíquico dos seus alunos. É vulgar existir um enfermeiro na
escola que promove a medicina preventiva junto dos alunos. O enfermeiro entrevista
os alunos individualmente, pelo menos uma
vez por ano, falando de diversos problemas, doenças, sexualidade, alimentação, desporto,
etc. Ao professor pede-se que ensine.
Em Portugal pelo contrário, entende-se que o professor tem
que desempenhar todas estas funções.
A
alimentação, o transporte os livros e o material escolar são gratuitos. Os
alunos participam obrigatoriamente em várias
atividades da escola, como confecionar a
alimentação fazer a limpeza dos espaços
e refeitório, sendo estas tarefas consideradas
como integrantes da aprendizagem.
Ao lado das disciplinas teóricas como matemática, leitura, escrita e
história os alunos desde os primeiros anos frequentam aulas de disciplinas práticas
como as expressões e as tecnologias.
O
ensino privado é insignificante. Só existem 27 escolas privadas no país o que
não representa sequer 1% da totalidade das escolas, as públicas e privadas são
gratuitas evitando assim a diferenciação
social.
Os alunos têm um nível académico
invejável, mas apenas começam a ler e escrever aos 7 anos.
No
sistema português tenta-se começar cada vez mais cedo e a falta de maturidade é,
provavelmente, uma das razões dos seus insucessos
futuros.
As
crianças nos primeiros anos de escolarização aprendem logo uma língua
estrangeira. Ao longo do percurso escolar além do finlandês os alunos
aprenderão obrigatoriamente sueco e inglês.
O
ensino é muito experimental, enquanto que em Portugal a base da aprendizagem
continua a ser restrita e disciplinar
baseando-se no ler escrever e contar. Na Finlândia as aprendizagens iniciais
fazem-se através de jogos, experimentação que
ajudam as crianças a amadurecer
antes de começar um maçudo ensino
formal. As crianças nos recreios saem sempre
ao pátio independentemente das
condições climatéricas. Depois de cada
45 minutos de aula têm 15 minutos de
intervalo e desta forma as crianças estão mais receptivas à aprendizagem.
A
educação é um dos pilares do estado de bem-estar finlandês. Cada aluno
independentemente da sua classe social ou local de residência tem direito a uma
educação de qualidade.
Há
mais de um século que os finlandeses erradicaram o analfabetismo, têm um nível
elevadíssimo de leitura, mas
independentemente das mudanças políticas mantém o mesmo sistema
educativo praticamente inalterado desde os anos setenta mesmo nas escolas finlandesas
espalhadas pelo mundo.
Os
hábitos sociais e culturais também influenciam o nível de desenvolvimento
nacional. Os finlandeses costumam comer em 15 minutos, raramente fazem horas extraordinárias,
saem cedo do trabalho, cultivam as artes, as atividades em família e na
natureza e não conseguem compreender como nos países do Sul se demora mais de uma hora para cada refeição.
A
Finlândia destina 6% do PIB à educação. É um dos países com rendimento per
capita mais elevado do mundo e um grande desenvolvimento tecnológico sustentado
no seu sistema educativo.
Talvez com
estes dados seja possível compreender
por que razão os resultados entre
os diversos países são tão
diferentes.
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